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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

OS PEQUENOS ABUSOS DE PODER LEGITIMAM OS GRANDES



Maria Montessori, médica psiquiátrica, arquiteta, matemática e pedagoga italiana declarou, por ocasião da segunda guerra mundial, a frase que é título dessa reflexão: “Os pequenos abusos de poder legitimam os grandes!”.

Na sociedade atual brasileira há pessoas que consideram ser produto de muita inteligência “dar um jeitinho” para conquistarem o que desejam fazendo uso de mentiras, subterfúgios e manipulações.

Com a justificativa de que o mundo é dos espertos fazem uma inversão de valores considerando como sinônimas as palavras esperteza e inteligência, assim como, o que é desejo  e o que é direito.

Alicerçados nestes falsos significados de esperteza e direitos, os brasileiros contemplam cotidianamente uma sucessão de fatos como passar à frente de pessoas que estão aguardando em uma fila; arrumar emprego por indicação de amizade (QI – quem indica); solicitar uma nota fiscal em maior valor do que o real serviço utilizado; estacionar veículos em locais proibidos; burlar o sistema fazendário em relação às declarações e pagamentos de impostos; chegar atrasados em compromissos e outros.

Tais erros, avaliados como pequenos acabam provocando, entre a população brasileira, mais uma distorção conceitual entre o que é comum e o que é normal.

De tão comuns e presentes em diferentes situações sejam elas escolar, social, institucional, organizacional e familiar as pessoas passam a considerá-los normais e não mais se indignam com abusos de poder, criando assim o cenário ideal para a prática da corriqueira corrupção que se apresenta  hoje em meio aos que detêm elevados cargos da administração pública dos bens comuns aos brasileiros.

Isto vem comprovar a legitimidade que pequenos abusos oferecem aos grandes abusos de poder.