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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

ONDE ESTÃO PIXINGUINHA, VILLA LOBOS, O JACARÉ E A COBRA?





Desde 2011 resolvi viver viajando. Empacotei minha casa, etiquetei os caixotes: livros tais, apostilas tais, panelas, copos, etc. Coloquei tudo num depósito de uma fábrica de um amigo em Uberlândia/MG, cidade que me acolheu nestes últimos 30 e tantos anos dos 62 anos de minha curta vida. 

Separei uma mala de roupas de inverno, uma de roupas de verão, uma sacola de sapatos, uma mochila com meu computador e comecei minhas andanças... Portugal, Inglaterra, Alemanha, Suécia, Brasília, Tupaciguara, Capinópolis, Prata, Curitiba, São Luiz do Maranhão, Fortaleza, Cariacica... Onde tenho amigos vou, onde me chamam lá vou eu como aprendiz da vida! 

Ah! Meus diplomas foram registrados na plataforma Lattes e muito bem embalados em sacos de lixo e armazenados na garagem da casa de minha irmã Maria Eliza em São Paulo. Que destino hein? 

A coleção de exemplares da revista que eu escrevo, Visão Missionária SEMAP, juntamente com meu material de psicopedagogia foram guardados pela minha querida irmã de oração Dorinha, onde me hospedo toda vez que estou em Uberlândia.

Neste contexto escolhi passar uns 3, 4, 5 meses em São Paulo para exercer meu aprendizado fomentando o III Manifesto pela Educação nesta cidade condenada ao retrocesso educacional desde 19 de agosto de 2013, data em que o senhor prefeito lançou as novas grades que enjaularão os professores e alunos paulistanos em 2014. 


Quem viver verá a rede pública escolar da maior metrópole da América do Sul continuar a condenar seus jovens ao Vale do Nem: nem estudantes e nem profissionais e a gerar “filhos de peixe sendo peixinhos” e filhos de analfabetos sendo analfabetos funcionais. E em suas propagandas eleitoreiras afirmar que há avanços educacionais.
E agora, falando em prefeito, prefeitura, chego em meu assunto: Fui passear na Avenida Paulista, mas quando lá cheguei encontrei a Paulista Street.


 
A prefeitura montou, com a máquina pública e o dinheiro público, uma grande passarela que toca em altíssimo tom canções americanas de amor, com cantores americanos, com sentimentos americanos... e tudo mais que os americanos gostam. 

Fiquei imaginando se no lugar daquelas lindas canções americanas o meu povo brasileiro estivesse ouvindo Pixinguinha; se algum de nossos artistas de linda voz estivesse declamando “Poema de Natal” de Vinícius de Moraes; se uma orquestra sinfônica levasse ao ar o harmonioso som das Bachianas brasileiras de Heitor Villa Lobos; se corais de múltiplas vozes de brasileiros e brasileiras entoassem lindas canções de nosso cancioneiro popular; se uma orquestra sanfônica interpretasse Luiz Gonzaga em homenagem a todos os nortistas que constroem a grande metrópole brasileira; se uma orquestra violônica (para continuar construindo a língua: sanfônica, violônica...) dedilhasse chorinhos...  





Continuei navegando no meu coração nacionalista e pensando no “complexo de vira-latas” que nossos governantes teimam, desde os tempos de Nelson Rodrigues (1958) fortalecer dentro de nós quando ...  Deparei-me com as corsas, renas, elefantes, girafas... e novamente me perguntei: onde estão os tamanduás, os jacarés, lobos guará, saguis, papagaios, sapos, cobras e lagartos?




                    Na foto a flor do alho e o sapo Godofredo flagrados no jardim da Claudia Duarte e José Pacheco.



Vamos pensar em estrangeiros? Então que tal Maria Bethania interpretando “Poema do Menino Jesus” de Fernando Pessoa?

Não, senhor prefeito! Tais pensamentos nacionalistas não passaram pela sua Secretaria de Cultura!

Gostaria de saber qual é a intenção: Retrocede as escolas ao britânico século XIX, coloniza a Paulista com o consumismo americano... Pão e Circo para um povo que se sacrifica para comer brioche no natal? Tudo em nome da reeleição no Planalto Central?

Que os lojistas, shoppings e edifícios enfeitem, com seus ricos dinheirinhos, os cenários colonialistas das festas com suas neves artificiais e outras características de nossos primos ricos consumistas do Norte, que vivem a entrada do inverno e nós aqui a entrada do verão, eu até engulo. (Apesar de minha amiga conspiradora Tina ter me informado que há três anos nunca o natal norte-americano esteve tão sem enfeites. E saiba que ela se referia ao dinheiro particular dos negociantes). 

Mas com o dinheiro do público brasileiro? No século XXI? Será que é este o desejo do nosso povo: viver como os americanos do norte? 

Enquanto você lê esta minha mensagem de natal estarei, com meu Google teacher, treinando para dizer hoje à noite às pessoas que eu encontrar pela Paulista Street: 

“Sing for the Savior has come! And He will be called Wonderful Counselor, Mighty God,
Everlasting Father, Prince of Peace!
Marry Christmas!”

Enquanto não me aculturei e ainda sou MONOGLOTA vou desejar a cada um de nós BOAS FESTAS e: Que Deus nos auxilie a continuar construindo, neste 2014, uma Mudança na Escola, uma Melhora na Educação e uma Transformação em nosso querido País!


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