Hoje postei um artigo na coluna educação do portal UIPI onde comento sobre menores que estão furtando em lojas de um bairro de classe média daqui de Uberlândia MG.
http://uipi.com.br/colunas/2013/05/27/lei-da-semeadura-e-da-colheita/
Vocês podem até achar que eu sempre bato na mesma tecla, mas realmente bato:
a Escola pode e deve resolver e exterminar estes comportamentos.
Mas a Escola? Não seria a família?
Sim, até pode ser a família. Com certeza a família é nosso alicerce, nosso Norte, nosso condutos, nosso esteio, nossas referências, mas a Escola deve ser (segundo as leis brasileiras e as necessidades da sociedade) também referência, esteio, alicerce pois é o mais forte instrumento de formação de nossa sociedade.
O que estamos plantando na escola? Espírito competitivo, hábitos consumistas, culto ao descartável e muitos outros valores que aos poucos crescem e transformam nossas escolas em campos de batalhas.
Desculpem-me falar sempre em educação, mas eu creio nela. Aliás nem creio na escola educativa e sim na cidade educativa.
Mas não aquela que tem o slogan "CIDADE EDUCADORA" nas mochilas dos alunos mas nem os equipamentos escolares são locais educadores.
Bem, mas isto é outra história que ando colhendo dados para escrever com mais propriedade. (leia-se mais exemplos, mais causos).
terça-feira, 28 de maio de 2013
sábado, 11 de maio de 2013
MÃE TRANSMITE VALORES QUE FICAM DENTRO DE NÓS
Meu amigo José Pacheco sempre fala em seus trabalhos de formação de
professores: “O professor não ensina aquilo que sabe. O professor transmite
aquilo que É."
Minha mãe foi minha grande
professora. Há um fato muito significativo em minha carreira que quero
compartilhar com meus leitores neste dia das mães.
Mamãe, já falecida, era professora
alfabetizadora de adolescentes infratores internados em instituição no estado
de São Paulo. Dela recebi valores como dignidade, coerência, crença na
capacidade que as pessoas têm de se superar, se transformar e sobretudo a ser
uma educadora inclusiva.
Em 1968 voltei
de meu primeiro emprego chorando e resmungando que os meninos não me
respeitavam, que eu não sabia o que fazer com eles, e solicitando a minha mãe
uma sugestão pois havia no meio da turma uma menina com síndrome de Down de 7
anos que mal falava, uma adolescente esquisofrênica de 11 anos que arrancava,
chorando no meio da sala, seu absorvente íntimo pingando sangue e um menino de
8 anos que levava um canivete para me matar . Qual não foi minha surpresa
quando mamãe muito séria me disse:
“_Filha, o
melhor a fazer é ter dignidade! Vá lá na escola pedir demissão pois é
necessário pensar nas crianças e dar seu lugar para alguém que saiba o que
fazer com elas!”
Eu em meus 17
anos retruquei: “_Está louca, aqui em São Paulo capital, é tão difícil arrumar
emprego, vou pedir demissão? Que conselho mais doido!”
Então mamãe me
disse: “__Então, se não quer pedir demissão vá estudar mais um pouco, já que
você tem alunos especiais matricule-se em um curso de “Higiêne para
Professores” (Este era o nome do curso para aprender a ensinar aos excepcionais
naquela época).”
E lá fui eu me
inscrever e estudar em dois destes cursos: na Clínica Nosso Lar na Vila Mariana
e no Instituto Pedra Azul na Aclimação. Neles aprendi que a fé, a esperança, a aceitação do ritmo de cada
um, a persistência criativa e principalmente a comemoração de pequenas vitórias
são os ingredientes necessários para não praticar um ensino exclusivo.
Sábio conselho de minha mãe, pois até hoje em 2013 sou uma professora diferenciada graças aos progressos e conquistas de meus alunos da Escola Experimental Irmã Catarina da Aclimação e de São Caetano, que já trabalhava inclusão há mais de 40 anos atrás, e logicamente aos conselhos de mamãe: Maria Alzira Corrêa Paschoalick.
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